Passar para o Conteúdo Principal Top

 

Logo_20Aniv_Lagoas

Lagoas de Bertiandos e S. Pedro d'Arcos Ponte de Lima

Paisagem Protegida das Lagoas_v2

Rela

As Relas são pequenos anfíbios verde-alface que, apesar de serem comuns em diversas zonas húmidas, do nosso País, acabam por passar despercebidas à maioria.

 
Nome Científico:
  • Hyla arborea

 

Identificação e Características:

A Rela é um pequeno anuro (anfíbio sem cauda), geralmente com menos de 5 cm de comprimento. Possui olhos proeminentes e laterais; a íris é dourada com reticulo escuro. Tem membros compridos com 5 dedos nas patas posteriores e 4 nas anteriores. Os dedos terminam em discos adesivos (características que lhe permite trepar, mesmo em superfícies escorregadias). A pele das relas é lisa e brilhante superiormente e mais granulosa ventralmente.

A coloração é em geral verde-vivo, mas podem aparecer indivíduos azulados, acinzentados ou acastanhados. Apresentam tipicamente uma linha escura lateral (bordada dorsalmente por uma linha branca ou amarelada) que começa no focinho, passa pelo olho e se estende até à região inguinal. Ventralmente são brancas ou acinzentadas. Os machos apresentam um saco vocal externo muito grande que, quando insuflado, chega a ser maior que o tamanho da cabeça. Quando o saco vocal não está insuflado, podem observar-se pregas cutâneas na garganta.

Os girinos desta espécie nunca ultrapassam os 5 cm de comprimento. Ao eclodirem medem entre 0,5 a 1 cm. Superiormente são esverdeados com machas e reflexos prateados. A região muscular da cauda apresenta dorsalmente uma banda comprida mais escura. As membranas caudais são translúcidas com pequenas manchas escuras.

 

Distribuição e Ocorrência:

Ocupa grande parte do centro da Europa. Na Península Ibérica está ausente na costa mediterrânica e Andaluzia. Em Portugal só existe no Algarve e no interior do Alentejo.

Pode ser muito abundante em certos locais, no entanto as suas populações têm sofrido uma regressão notável.

 

Estatuto de Conservação:

Esta espécie faz parte do anexo II da Convenção de Berna e do anexo B-IV da Diretiva Aves/Habitats (DL 140/99 de 24 de abril). Em Portugal é considerada não ameaçada (NT).

 

Fatores de Ameaça:

Os principais fatores de ameaça para esta espécie são o desaparecimento progressivo das zonas húmidas, onde se concentram em número elevado para se reproduzir, a destruição ou alteração da vegetação das ribeiras e a utilização de inseticidas.

 

Habitat:

As Relas preferem habitats ricos em vegetação e relativamente húmidos, encontrando-se em zonas encharcadas, pântanos, lagoas, caniçais, arrozais, prados e outros meios similares. Vivem tanto ao nível do mar como em zonas de montanha.

 

Alimentação:

A sua dieta inclui diversos tipos de invertebrados tais como insetos, aracnídeos e miriápodes. Os girinos são herbívoros e detritívoros.

 

Inimigos Naturais:

Os adultos são predados por cobras de água e por várias aves como as garças e as corujas. As larvas são predadas sobretudo por insetos aquáticos carnívoros e por aves aquáticas.

 

Reprodução:

Em Portugal a época de reprodução ocorre, em geral, entre abril e junho. Os machos são os primeiros a chegar aos locais de reprodução. Atraem a fêmea através de um chamamento e abraçam-nas pelas costas (amplexo axilar). O amplexo pode durar até 30 horas. A fêmea deposita cerca de 1000 ovos em cacho. Como locais de postura, as Relas escolhem zonas com água parada ou com pouca corrente e com alguma vegetação aquática.

 

Movimentos:

Têm hábitos trepadores, encontrando-se frequentemente em ramos, folhas de árvores ou arbustos. Realizam migrações para os charcos, na época da reprodução. Podem dispersar-se muito.

 

Atividade:

Embora sejam predominantemente crepusculares e noturnas, também podem observar-se indivíduos ativos durante o dia, sobretudo após uma forte chuvada, uma tempestade ou com tempo nublado. No inverno hibernam por um período de tempo variável.

 

Na Paisagem Portegida:

É uma espécie muito comum na Paisagem Protegida, apesar de ser mais fáceis de ouvir do que observar. O seu canto assemelha-se a um “Crrruuáááá” prolongado.

Fonte: Naturlink.